Quantos jornalistas não sonham em cobrir uma Copa do Mundo, ainda mais quando o evento é realizado em seu país? Gustavo Hofman, jornalista da ESPN Brasil, teve o privilégio de ser o “setorista”, aquele que acompanha diariamente uma equipe, da seleção campeã do mundo, a Alemanha.
Foram dias e dias de convívio com os campeões do mundo, que acabaram sendo os maiores algozes dos brasileiros, na goleada histórica por 7 a 1.
Gustavo reuniu essas vivências em um livro: “Quarenta dias com a campeã do mundo – Histórias e bastidores da Alemanha no Brasil” (Via Escrita Editora). E essas obras serão sempre bem-vindas, pois apesar da ampla cobertura de todas as mídias, especialmente as TVs, mesmo veículo que Hofman trabalha, nem sempre conseguimos ter detalhes de tudo o que acontece (ou aconteceu) no dia a dia de uma competição, ainda mais quando esse evento é uma Copa do Mundo.
Apresentação
Por Gustavo Hofman
Cobrir uma Copa do Mundo é algo espetacular. Fiz jornalismo por causa do esporte e sempre fui um apaixonado por futebol. Consequentemente, estar em um Mundial era o sonho maior. Quando o Brasil foi escolhido como sede em 2007, senti uma mistura de emoções. Fiquei feliz pela escolha do meu país, mas ao mesmo tempo preocupado com tudo de ruim que poderia acontecer com o dinheiro público.
Demorou um pouco para a ficha cair e perceber que, logo ali, haveria uma Copa do Mundo no jardim de casa, e que eu poderia estar nela. Nessa época eu trabalhava na Trivela e já tinha coberto um Mundial, em 2006, mas alocado na redação. O mesmo aconteceu quatro anos depois.
Agora era diferente. Como comentarista da ESPN, fui escalado para substituir Gerd Wenzel na cobertura da seleção alemã em território brasileiro. O Wenzel é a maior referência de futebol alemão no Brasil, um dos pioneiros do tema por aqui, desde os tempos de TV Cultura. Ele optou por ficar em São Paulo, na redação da ESPN, e eu com muita honra recebi a missão.
O que você lerá nas próximas páginas é um livro de memórias do Mundial, o meu diário da Copa.
Um diário de trabalho, o “Diário Alemão da Copa”, como coloquei em meu blog durante a competição. São relatos do cotidiano de uma cobertura, bastidores da seleção alemã, curiosidades de tantas viagens pelo Brasil como setorista da equipe (26 voos em 40 dias).
É também um diário que mostra toda competência e excelência alemã na busca pelo tetracampeonato mundial, que veio com um atropelamento contra o Brasil e a final contra a Argentina em pleno Maracanã.
E não deixa de ser uma forma de relembrar essa incrível Copa do Mundo. Boa leitura.
Prefácio
Por Gerd Wenzel
A repercussão, tanto na mídia alemã como na brasileira, foi enorme e muito se falou sobre a conveniência ou não de praticamente isolar os jogadores de todo burburinho, para dizer o mínimo, da Copa do Mundo no Brasil, ao contrário de outras seleções como a Holanda e os Estados Unidos, só para citar dois exemplos.
Mas, na contramão do que imaginavam os críticos contumazes, a partir do “Marco 0” do Brasil – Santa Cruz Cabrália na Bahia – praticamente tudo deu certo para a seleção alemã em terras brasileiras. A começar pela sua chegada: rodaram o mundo fotos dos já descontraídos jogadores na balsa atravessando o Rio João de Tiba, trajeto que iria se repetir à exaustão para a alegria dos futuros campeões mundiais.
Não faltaram exemplos para comprovar esta tese: a inteiração com os índios pataxós, o carinho com as crianças numa escola de Santo André, a forma atenciosa de tratar os torcedores brasileiros.
Tudo isto sem perder de vista o foco principal: a conquista do quarto título mundial. Só que, pouco antes do início da Copa do Mundo no Brasil, o treinador alemão enfrentou sérios problemas de contusão de alguns jogadores considerados fundamentais para compor o elenco, principalmente Marco Reus, considerado o melhor jogador alemão da atualidade.
E esta jornada foi descrita de forma exemplar pelo jovem jornalista Gustavo Hofman no seu “Diário de Bordo” que à noite, após um exaustivo dia de trabalho enviando boletins para a emissora, fazendo entrevistas com Deus e o mundo, acompanhando coletivas de imprensa, trocando ideias com colegas jornalistas, viajando de cima para baixo com a seleção alemã, comentando os jogos nos estádios, fazendo matérias extra-futebol, além de enfrentar dia sim e outro também, problemas de ordem organizacional que só um setorista conhece, ainda foi encontrar tempo e energia para colocar no papel as suas experiências vivenciadas naquelas últimas 25 horas. Sim, 25 horas – porque para um repórter como Gustavo Hofman este é o tempo mínimo da duração de um dia. Portanto, foi também uma jornada pessoal rumo às entranhas da Copa do Mundo no Brasil. Ficará para sempre em sua memória. Uma jornada que poderá contar com orgulho para o seu filho e, quiçá, mais tarde, para os seus netos.
E ficará para sempre também em nossa memória graças ao seu livro “40 dias com a campeã do mundo – histórias e bastidores da Alemanha no Brasil” onde Gustavo Hofman soube transmitir com maestria a sua vivência daqueles dias de experiências extraordinárias.
Sobre o autor:
Gustavo Hofman nasceu em Belo Horizonte (MG), em 5 de maio de1981, mas cresceu em Campinas (SP). Mora em São Paulo (SP). É formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Pucamp/SP) e tem pós-graduação em Comunicação e Marketing pela Faculdade Cásper Líbero (SP). Antes de ser jornalista, jogou basquete pela Sociedade Hípica e pelo Tênis Clube, ambos de Campinas, tendo disputado os campeonatos paulistas da base entre 1994 e 1998. Começou a carreira em sites e revistas customizadas de Campinas. Já como repórter, ingressou no jornal Folha de S.Paulo e pouco tempo depois foi contratado pelo portal Terra, exercendo a mesma função. Em 2005 foi editor do site e repórter da revista Trivela. É comentarista dos canais Espn, blogueiro do site Trivela.com e colunista do ExtraTime.com.br. (fonte: Portal dos Jornalistas- www.portaldosjornalistas.com.br)